Uma caminhada por dia, nem sabe o bem que lhe fazia
Saí de casa ao escurecer, para esticar as pernas e desanuviar a mente. Não levo música, às vezes nem ando depressa, paro quando me apetece.
O céu estava convidativo à contemplação, os pássaros davam as últimas chalreadas do dia, um mocho ou uma coruja começou a piar ao de leve, as árvores ficaram com sombras fantasmagóricas. As casas pareciam mais sóbrias à medida que aumentavam as zonas escuras. O cinzento tomava conta de tudo, e em todos os tons.
Vejo que as giestas continuam lindas, com cachos de flores delicadas, deixando um perfume inebriante no ar, o exotismo da caminhada é desvendado a cada passo, numa calçada portuguesa em direcção à noite. Ao fundo o Castelo iluminado, como se fosse um farol, fico a vê-lo, encantada com aquela luminosidade dourada.