Tomem lá giestas
da saga: uma caminhada por dia
Hoje o por do sol estava especialmente laranja e depois violeta, um adeus ao dia, até amanhã gritou o sol lá do alto da montanha. Ficará esbatido na minha memória este dia, como se fosse um igual a tantos outros. No entanto, cada dia é único, como uma página no meio de um livro, que depois de arrancada sente-se-lhe a falta.
E há aqueles dias que diferenciam-se dos outros, porque nos dizem algo, porque são metas, esperados. Caminhei novamente alinhada à estrada. Enquanto ando o sangue fervilha-me nos pés e nas mãos. É uma sensação tão boa, sentirmos que há vida em nós, numa simplificação vermelha aglutinada.
A explosão de azuis acontece acima da minha cabeça, enquanto um avião traça o céu, para onde irá? Estará cheio de gente? Esqueço-me disso rapidamente depois de ser banhada pelo perfume das giestas. Viajo então pelo caminho do sonho, talvez num país exótico e cheio de calor, com sabor a mar, muito mar, dunas macias de areia fina, cheiro a terra aquecida, um copo de sumo fresco, uma música lenta.
Esta flor
Não é da floresta.
Esta é a flor da giesta.
E a flor está na festa.
Que folha é esta)
Mas está na festa.
Na flor da giesta.