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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Existe diferença entre um incendiário de florestas e um terrorista?

20
Ago16
Porque será que continuamos a ser incrivelmente tolerantes com quem ateia fogos, classificando-os de doentes psiquiátricos?
 
Doentes ou não, qual a diferença entre as consequências dos seus actos e os de um terrorista?
 
Qual a diferença entre colocar uma bomba que destrói um edifício e mata várias pessoas e atear um fogo... que destrói vários edifícios e mata várias pessoas?
 
Porque temos tanto medo em relação a uns e parecemos indiferentes quanto aos outros?

Será só porque uns se chamam Manuel e outros Mohamed? 

Os nossos "Manueis Mohameds" são apenas um dos fósforos que inicia o fogo, mas a dura realidade é que quem lá deixa o combustível para arder, somos todos nós. 

Porque será que todos toleramos a situação dos incêndios há tanto tempo, quando morrem pessoas e animais todos os anos, é destruída propriedade privada e pública, campos de cultivo e milhares de hectares de floresta que nos pertencem a todos? 

Porque será que fomos tão permissivos com a plantação desenfreada de uma planta invasora, que arde como nenhuma outra? 

Porque será que ninguém limpa (estado e privados) os terrenos de sua propriedade?! Porque será que não percebemos que tantos milhões gastos em meios de combate só tem servido para onerar ainda mais o erário público?! 

Um mea culpa colectivo que tem que ser feito com muita urgência para repensarmos o futuro, que será ainda mais alarmante por causa das alterações climáticas.
 
 
Texto retirado do blogue Cantinho das aromáticas, vale muito a visita e o conceito. 
 
 
 
Alice Alfazema