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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Ternura

01
Ago13



Desvio dos teus ombros o lençol, 
que é feito de ternura amarrotada, 
da frescura que vem depois do sol, 
quando depois do sol não vem mais nada... 

Olho a roupa no chão: que tempestade! 
Há restos de ternura pelo meio, 
como vultos perdidos na cidade 
onde uma tempestade sobreveio... 

Começas a vestir-te, lentamente, 
e é ternura também que vou vestindo, 
para enfrentar lá fora aquela gente 
que da nossa ternura anda sorrindo... 

Mas ninguém sonha a pressa com que nós 
a despimos assim que estamos sós! 

 

 

David Mourão-Ferreira




Alice Alfazema

Plantei girassóis. Semeei estrelas.

11
Nov10

 

"Das mãos que me vestiram e acarinharam em criança, guardei os gestos de silêncio e ternura.

 

Em vibração e alegria adolesci.

 

Nas margens dos voos e das vertigens amadureci.

 

Bebi o sol e mar, mergulhei as mãos no azul, provei a água dos frutos, sorvi o orvalho das rosas.

 

Com estes fios, por dentro, me teci, me cobri e descobri.

 

Com eles atravessei poentes e alvoradas, sulquei caminhos, subi montanhas.

 

Plantei girassóis. Semeei estrelas."