Nada de nada ao fim-de-semana
Ilustração Giulia Del Mastio
Pegou no aspirador e ligou-o à ficha, entretanto foi sacudir os tapetes com força até saírem todos os vestígios de pó e outras coisas que tal. Ouviu a máquina da roupa a acabar o ciclo e foi estender a roupa, mas entretanto tinha de recolher a outra que estava no estendal. Lembrou-se então de descongelar o peixe para o almoço que estava na terceira gaveta do frigorífico. Como a bancada da cozinha estava cheia de loiça suja, deitou mãos à obra e colocou-a na máquina da loiça, antes guardou a loiça lavada. Limpou o fogão, e foi fazer as camas, retirou os lençóis, colocou uns lavados. Esticou bem a colcha. Lá fora chovia.
Voltou para o aspirador e aspirou o chão e os móveis, lavou o chão e a casa de banho, aproximava-se rapidamente a hora do almoço e inspirou-se nos melhores cozinheiros para fazer um bom pitéu. Lá fora chovia.
Entretendo, o marido chegou do trabalho, a mesa já estava posta, o cheiro da comida no ar. Beijinho, beijinho. Estou tão cansado, tu é que estás bem aqui em casa, está a chover muito. Ela concordou com ele, segunda-feira iria partilhar com as colegas a mesma ideia - estive o fim-de-semana em casa e não fiz nada. E a maioria irá concordar com ela. Lá fora ainda chove.
Alice Alfazema