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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Micro contos - Naquela casa

22
Jun17

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Era uma vez uma casa, quem morava lá era muito feliz, sorriam muitas vezes durante o dia, tiravam muitas fotografias e estavam sempre atentos às noticias do momento. Todos os que moravam naquela casa tinham opinião sobre todos os assuntos, eram convictos naquilo que diziam, verdadeiros, activos nas mensagens de partilha. Havia o mundo deles e o mundo dos outros. O mundo deles era aquela casa. 

 

 

Alice Alfazema

A jóia perdida

16
Jun12

 

 

Um explorador atravessava certo dia o deserto quando viu, sentado ao pé duma palmeira, um árabe de aspecto melancólico. Acercando-se do homem, que parecia ser negociante de jóias e perfumes, o explorador perguntou:

- Que tendes, amigo, para assim estardes tão preocupado? Posso ser-vos útil em qualquer coisa?

- Ai! - respondeu o mercador. Estou triste, porque acabo de perder uma jóia, o tesouro mis precioso da minha vida!

- Não é caso para tanta tristeza. Que vale uma joia para quem vai carregado delas?

- Bem se vê que não sabeis o valor da que perdi! - lamuriou o árabe.

- Então que era?

- Oh! Era uma jóia que não mais se tornará a fazer. Tinha sido talhada na pedra da Vida e trabalhada na fábrica da Natureza...Era marchetada por vinte e quatro brilhantes enormes e em redor de cada um deles agrupavam-se outros sessenta mais pequenos.

- Por mais preciosa que fosse tal jóia, se tiverdes muito dinheiro podereis voltar a tê-la! - disse o explorador.

Mas o árabe, saindo da sua metditação, terminou assim:

- Era um dia! E um dia perdido não se encontra nunca mais.

 

Conto tradicional

 

 

 

Alice Alfazema

Olhar para o lado

27
Mai12

 


E seguir sem pensar, sem nunca ter experimentado o valor da miséria, daquela humana sem mais nada. Estendem a mão encardida, como encardida está a alma passante que se esquiva ao pensamento. Ri  e mostra sem pudor os dentes amarelados, como as almas que se passeiam pelo tempo, olhando através. Sabe de coisas simples, aprecia o nascer do dia e o bater do coração.

 

 

 

 

Alice Alfazema