Um explorador atravessava certo dia o deserto quando viu, sentado ao pé duma palmeira, um árabe de aspecto melancólico. Acercando-se do homem, que parecia ser negociante de jóias e perfumes, o explorador perguntou:
- Que tendes, amigo, para assim estardes tão preocupado? Posso ser-vos útil em qualquer coisa?
- Ai! - respondeu o mercador. Estou triste, porque acabo de perder uma jóia, o tesouro mis precioso da minha vida!
- Não é caso para tanta tristeza. Que vale uma joia para quem vai carregado delas?
- Bem se vê que não sabeis o valor da que perdi! - lamuriou o árabe.
- Então que era?
- Oh! Era uma jóia que não mais se tornará a fazer. Tinha sido talhada na pedra da Vida e trabalhada na fábrica da Natureza...Era marchetada por vinte e quatro brilhantes enormes e em redor de cada um deles agrupavam-se outros sessenta mais pequenos.
- Por mais preciosa que fosse tal jóia, se tiverdes muito dinheiro podereis voltar a tê-la! - disse o explorador.
Mas o árabe, saindo da sua metditação, terminou assim:
- Era um dia! E um dia perdido não se encontra nunca mais.
Conto tradicional
Alice Alfazema