Esta semana tem sido muito cansativa no bar da escola, somos apenas duas pessoas: como sempre, centenas de alunos, lavamos vezes sem conta o balcão, a loiça e tudo o resto, com cloro, com lixívia, as nossa mãos estão ásperas, chamamos à atenção para só estarem presentes quem vem comprar alguma coisa, dizemos que não devem colocar as mãos em cima da bancada, que aquilo é como um corrimão ou uma maçaneta, que não partilhem alimentos, que todos somos responsáveis por contermos o vírus, que a nossa liberdade termina quando começa a do outro, que estamos ali para os orientar, que lhes queremos bem, que ser chato e insistente é por bons motivos, é por preocupação, que fechar as escolas pode ser bom, ou pode ser mau se andarem por aí a passear, que estar de quarentena não é estar de férias - é um dever, que devem lavar bem as mãos, que se estão doentes ou com febre devem ficar em casa, porque nós não somos médicos, nem pretendemos ficar com a responsabilidade que é e deve ser sempre dos pais ou de quem tiver a guarda.