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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Presidenciais 2021

16
Jan21

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Faço minhas as palavras do José Condessa:

"Não quero saber o que é viver num país que não é livre. Não quero viver num país onde seja instigada a segregação, o preconceito, o racismo e a discriminação. Não quero ver defendido o machismo, a misóginia e o sexismo. Onde se põe em hipótese mutilações femininas. Onde não se procura respeitar o próximo. Onde a homofobia é aceite. Onde se defende que há uns melhores que outros. Não quero viver num país assim. E muito menos quero para o meu país um presidente que acredite que este é o caminho. Numa coisa ele tem razão, não será o presidente de todos os portugueses. O meu não será".

 

Março mês da Mulher: Mulheres pequeninas

09
Mar14

Nujood tinha dez anos quando se casou com um homem de trinta, serviu como mercadoria, foi comprada por uma ninharia. Esta história já tem alguns anos, existe um livro que narra como tudo aconteceu, o texto abaixo traduz um pouco da vida desta menina nessa altura.
Uma mulher esperava por nós na soleira de uma das casas de pedra de Khardji. De imediato, senti que não gostava de mim. A minha nova sogra era velha, com a pele tão enrugada como a de um lagarto. Com um gesto, disse-me que entrasse. O interior da casa quase não tinha mobílias: quatro quartos, uma sala de estar, uma pequena cozinha. Quase caí em cima do arroz e da carne que as suas irmãs tinham preparado. Após a refeição, alguns idosos da aldeia juntaram-se para mascar qat. Ninguém pareceu surpreendido pela minha pouca idade. Mais tarde, aprendi que casamentos com crianças não são raros no interior do país. Existe, inclusivamente, um provérbio tribal que diz: «Se queres um casamento feliz, casa com uma rapariga de nove anos.». Fiquei tremendamente aliviada quando me levaram ao meu quarto. No chão, um longo tapete tecido: a minha cama. Nem precisei de apagar a luz para adormecer. Tomara nunca ter acordado. Quando a porta se abriu, acordei surpreendida. Mal tinha aberto os olhos e senti um corpo húmido e peludo a pressionar o meu. Alguém tinha apagado a vela e no quarto estava escuro como breu. Era ele! Reconheci-o pelo horrível cheiro a cigarros e a qat. Começou a esfregar-se em mim. 
 

 Poderão ler mais em Selecções Reader´s Digest

 Poderão também ver a situação actual em The Guardian

 

Em Abril de 2009, o Parlamento Iemenita aprovou uma lei que aumenta a idade de consentimento para os 17 anos, mas a lei foi revogada no dia a seguir por pressão dos partidos conservadores. A alteração da idade legal de consentimento está ainda em discussão?

 

Pelo mundo fora existem um sem número de meninas que são tornadas à força mulheres, que são maltratadas e humilhadas todos os dias como se de outra raça se tratasse, mesmo que assim fosse é muita crueldade em nome da religião? Mas que raio de amor é este? Somos nós mulheres alguma espécie inferior? Século XXI? 

 

Alice Alfazema