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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Quem quer casar com o meu cão?

11
Mar19

ginjolitas.jpg

 

O Ginjas está muito chateado porque ainda não existe um programa televisivo de encontros caninos. Onde ele possa encontrar a cadela da sua vida. Para poderem dividir o sofá, a comida, e aquecerem as patinhas juntinhos. O grande sonho dele é que possam ir ladrar juntos na varanda, àquele miúdo que passa de triciclo e faz um barulho horrível com as rodinhas mal oleadas. Ou ainda para poderem fazer chichi na erva orvalhada da manhã, depois de umas leves dentadinhas. 

É rir até mais não

23
Set17

Dá-me vontade de rir quando oiço as pessoas falarem da velhice como se fosse uma coisa que só vai acontecer aos outros. 

 

Dá-me vontade de rir quando vejo as caras esticadas, como se isso fosse a única diferença entre ser velho e novo.

 

Dá-me vontade de rir quando as pessoas se vestem como os filhos adolescentes para parecerem ter a mesma idade.

 

Dá-me vontade de rir quando os pais querem ser os melhores amigos dos filhos e vão com eles para os bares numa de bons camaradas.

 

Dá-me vontade de rir quando gritam todos uns com os outros como se fossem os putos da escola.

 

Dá-me vontade de rir o histerismo da adolescência que volta depois de um divórcio.

 

...

 

 

Alice Alfazema

 

 

 

 

Eu refilona me confesso

06
Ago14

Ilustração Simona Ciraolo

 

Num dia destes, estava eu num refilanço genuíno, quando me lembro de que há quem diga que fui feita a refilar, irrita-me. Eu gosto de refilar. Gosto tanto como de me rir. Gosto desta imagem que é tal e qual o refilanço puro em silêncio. Em conversa, a semana passada, afirmei que quando morrer ainda hei-de ir a refilar dentro da caixa, com uma mão de fora, mas depois lembrei-me que quero ser cremada, diz-me uma colega, não te preocupes, ainda tens o caminho até ao crematório para refilares. Rimos a bandeiras despregadas.

 

Alice Alfazema