Bom dia 🌼
Mesmo havendo grades, há sempre forma de sair fora delas, e não importa se a sua dimensão é física ou não. A liberdade tem caminhos que a vontade leva tempo a reconhecer.
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Mesmo havendo grades, há sempre forma de sair fora delas, e não importa se a sua dimensão é física ou não. A liberdade tem caminhos que a vontade leva tempo a reconhecer.
Podem responder, de vossa justiça, nos comentários.
As mulheres educam as suas crianças, e as dos outros, para o presente ou para o futuro?
Se as mulheres, as que estão em cargos de primeira linha e as outras - fundamentalmente todas as outras -, fossem mais activas civicamente, os conflitos mundiais poderiam assumir um outro cenário? Como seria se assim fosse?
A fotografia é de uma ameixeira que encontro todos os dias pelo caminho:
De original não tem nada:
nívea de pétalas e de feição,
de cinco folhas asada,
quantos os dedos da mão.
Par de tanta flor afim,
podia seduzir com o odor,
mas nem mesmo assim:
não tem cheiro esta flor.
Então, o que enfim cativa,
que impressão nos deixa?
Tão-só na boca a saliva,
que lembra o mel da ameixa…
O poema é João de Sousa Teixeira, retirado daqui.
Feliz dia da Mulher!
Hoje há hora do almoço andei a turistar pelos mesmos caminhos de sempre, à coca de novos pormenores que me tenham passado despercebidos, e eis que do nada olho para cima e vejo este belo buquê de flores amarelas, vulgarmente chamadas de azedas, os mais velhos certamente se lembrarão de lhes dar umas boas trincas para sorver esse maravilhoso elixir da liberdade de uma brincadeira de infância. Mas o que aqui me trás não é o sumo desse talo, mas sim o nosso mundo e o que realmente vemos em cada dia.
Falava eu com a minha médica, que me dizia que a quantidade de gente que lhe aparece no consultório e se diz deprimida com o mundo e o futuro é tanta, que ela não tem mãos a medir, nem sabe qual o resultado futuro desta pandemia de tristeza comum. Aprecio eu, na generalidade dos comentários e de opiniões que a grande maioria das pessoas, preocupa-se com o Mundo, no entanto, não sabe apreciar ou viver no Seu mundo, ou seja naquele que lhe coube na rifa, algo tão simples transforma-se num pesadelo coletivo, lembrando a menina gotinha de água, que descobriu que havia mais gotas iguais a ela e que juntas faziam um oceano, ou melhor o que parece pouco se torna muito, assim é impossível mudarmos sozinhos o Mundo, é energia gasta desnecessariamente, mas conscientemente conseguimos mudar o nosso mundo, tarefa quase nula numa perspectiva global, mas somando e somando a coisa adquire dimensão, e isso é o que realmente importa, do nada se faz a diferença.
Podem ler o conto da Menina Gotinha de Água, de Papiano Carlos, aqui.
Para saber quem foi Papiano Carlos, ver aqui.
Depois de tantos dias sem aqui escrever, eis que volto da viagem feita de silêncio e de descanso de palavras, feita de dias inteiros com exactamente vinte e quatro horas, de fins de semana com sábado e domingo. Vejo agora que foram iguais, as verdades e as mentiras, e que os dias e as noites nem sempre se assemelham àquilo que projectamos, para alguns as mentiras ditas dignamente sabem sempre a verdade. Digo dignamente como quem canta um refrão piedoso, feito de mão no peito e esmola ao pobre. Coisas do bem que fica bem, mas que não vão além. E fico sempre admirada com tal proeza, como se fosse a primeira vez. O que me encanta afinal? Talvez a fineza de tanta leviandade, de se repetir encarecidamente que é verdade.