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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

O homem do talho

13
Jan19

Enquanto espero pela minha vez entretenho-me a observar o homem do talho. É baixo, moreno, tem umas sobrancelhas grossas e escuras e umas mãos grandes e tortas. Desde  à algum tempo que olho para as mãos do homem do talho, tem uma luva de malha de aço, quase um cavaleiro da época Medieval, trás a faca na mão, qual espada em riste, e desfere golpes rápidos e certeiros nos ossos do entrecosto.

 

É possível que lhe doam as mãos, os seus dedos estão deformados. As mãos muito vermelhas. Quando coloca a mão dentro da luva de malha de aço fá-lo com cuidado, depois coloca um elástico por cima da malha, para prender melhor a luva e não atrapalha-lo com a faca.

 

São horas e horas a cortar carne, anos a fio, ossos, peles, gorduras, carnes finas, carnes rijas, gente que quer assim, gente que quer assado. Deduzo que ganha uma miséria, possivelmente nunca terá outra profissão. 

 

A fila de gente que espera adensa-se e as suas dores também, vejo-lhe na cara um vago sofrimento, franze a testa quando maneja a faca. Ninguém parece ver isso. Atarefados olham para o tempo que o homem do talho demora a cortar a carne. Bom-dia! Em que posso ajudar?

 

 

Março mês da Mulher: Mulher oleira

10
Mar14

 

Bela Alves, 39 anos de idade e oleira há 14, aprendeu o ofício com o mestre Joaquim Oliveira, entretanto falecido, e hoje continua a “dar à luz” ‘cantarinhas de namorados’, na sua oficina instalada na Plataforma das Artes, em Guimarães.

 

Segundo a tradição, quando um rapaz se dispunha a fazer o pedido oficial de casamento oferecia primeiro à namorada uma cantarinha, moldada em barro. Se a prenda fosse aceite, estava formalizado o pedido particular, passando a depender apenas da vontade dos pais o anúncio do noivado. Uma vez dado o consentimento, a cantarinha servia então para guardar as prendas que o noivo e os pais da noiva ofereciam, designadamente peças em ouro. 

 

Texto retirado daqui.

 

Fotografia daqui, onde poderão saber mais sobre este tipo de artesanato.

 

Alice Alfazema

Março mês da Mulher: Mulheres do Mar

06
Mar14

 

 

Brasil, ver história aqui.

 

Na sua tese de doutoramento Rose Mary Gerber, demonstra que esta profissão invisível existe:

 

Mais do que filhas ou esposas de pescadores, elas representam uma classe praticamente invisível na economia familiar do litoral Norte de Santa Catarina. Cuidam da casa e dos filhos, beneficiam e negociam a produção e, na maioria dos casos, trabalham embarcadas até 12 horas por dia.

 

O mais grave é que elas têm dificuldades de reconhecimento pelo Ministério da Pesca e pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) como pescadoras, para poder se aposentar. Elas têm dificuldade de acessar a esses direitos, pois a alegação é de que não existem mulheres pescadoras. A tese é a prova de que elas existem.

 

Entrevista com a autora aqui

 

Alice Alfazema