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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Diário dos meus pensamentos (31)

19
Abr20

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Ilustração Francesca Quatraro

 

Tenho alguma curiosidade (muita) sobre o dia-a-dia das crianças em idade escolar que estão agora em casa, leio em diversos locais que os pais estão, também, a fazer de professores, ora eu trabalhando numa escola, mas sem estar em teletrabalho, gostaria de saber, quais são as tarefas que os pais identificam que são feitas pelas auxiliares de educação, uma vez que já identificaram bem o trabalho que os professores desempenham, digam-me por favor: quais são as tarefas que tendes de fazer em casa e que também são feitas pelas auxiliares nas escolas? Tenho mais perguntas em mente sobre este assunto, mas esta é-me muito cara.

 

Agradeço desde já a atenção prestada, fico então a aguardar respostas. 

 

Com os melhores cumprimentos,

 

Alicinha Contina

 

Conversas da escola - Atenção pais! Não façam barulho!

02
Out19

Os miúdos eram pequenos, mal chegavam ao parapeito da janela, estavam encostados à parede, a conversar animadamente, a conversa decorria ao ar livre, e as palavras eram levadas pelo vento:

- Os teu pais quando fodem também fazem barulho?

- Sim, gritam muito.

- Será que nós também vamos gostar de foder? 

- Eu não vou usar preservativo, aquilo deve fazer comichão.

- Eu vou, é melhor prevenir.

 

 

Conversas da escola - Assaltos na escola

03
Out18

Pergunto a um miúdo do 6º ano:

 

- Então está tudo bem?

- Estou um pouco cansado.

- Andas o dia todo com a mochila às costas, não tens cacifo?

- Não. A minha mãe não quer, diz que depois roubam tudo. 

 

 

Atenção

 

Os pais não devem transmitir as suas ansiedades e os seus medos aos seus filhos. A grande maioria daquilo que desaparece na escola é puro esquecimento nos mais variados espaços escolares. Todos os anos há imensa roupa, calçado, material escolar que não é reclamado. Antes de dizer que existem roubos procurem saber a verdade. Também, não inventem notícias à porta da escola, como por exemplo falar mal dos funcionários e dos professores, sem saberem do que falam, apenas baseados em queixinhas das criancinhas, ou em observações feitas em cinco minutos. Se querem observar com olhos de ver, procurem saber quantos funcionários existem para o número de crianças que frequentam a escola, façam as contas e vejam se estão segundo o rácio, contem também com as muitas que têm necessidades especiais, a chamada escola inclusiva. Falem com os vossos filhos, mas façam-no dentro do contexto, não aproveitem só as palavras que querem. E já agora, lembrem-se também de elogiar. Porque a malta aqui trabalha em stress crónico, sem ar condicionado no calor, nem aquecimento no frio, malta que dá a camisola e por vezes até o lanche que trás. É impossível estar motivado num sítio onde constantemente somos maltratados através de calúnias.