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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Oração

24
Mai22

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Ilustração Alicia Varela
 
 
Se eu rezasse, pediria compaixão
para os que não amam, para os que não sabem
para onde olhar quando estão sós e lhes falta
um rosto amado na memória, para os que
olham para uma flor e só pensam no dia em que
irá morrer. Talvez o amor não seja a única
salvação dos que precisam de tudo, nem
a cura para os males de quem não sabe
o que é o sonho. Porém, sem ele, as suas mãos
serão ainda mais vazias, e as suas noites
não terão o horizonte de uma luz ao
amanhecer. Penso em todos eles, por
quem rezaria, se eu rezasse, e é o teu rosto
que eu vejo à minha frente, são as tuas mãos
que procuram as minhas, e é a tua existência,
só pelo facto de existires, que acende
na minha noite cada futura manhã. E rezo,
afinal, no fim de tudo, rezo para que a tua voz
não me falte, o teu corpo se vista com o perfume
do campo e por ti corra, sempre, o rio deste amor.
 
 
Poema de Nuno Júdice 

Trasparência

27
Jul19

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Ilustração Jeffrey T. Larson

 

 

Senhor libertai-nos do jogo perigoso da transparência
No fundo do mar da nossa alma não há corais nem búzios
Mas sufocado sonho
E não sabemos bem que coisa são os sonhos
Condutores silenciosos canto surdo
Que um dia subitamente emergem
No grande pátio liso dos desastres

 





Sophia de Mello Breyner Andresen

 

Maio dia 6

06
Mai14

 

Mais rosas. Estas dizem-me que parecem farófias, para mim parecem nuvens, daquelas que achamos que são fofas.

 

Um bom momento bom do dia, ir visitar o blogue da Cristina Torrão e ler esta frase:

 

"Saúdo-te, belo dia, possas-me tu dar força para fazer o bem, para que, ao serão, eu possa ir dormir sem motivos que me envergonhem", podem ver o que significa esta frase no blogue da Cristina.

 

Uma pequena frase que pode modificar acções.

 

Comam as farófias ou fiquem nas nuvens, divirtam-se, eu vou ler e sublinhar com o lápis bem afiado.

 

 

Alice Alfazema

Sorriso grande

03
Jan13

 

Não sei porquê, Sebastião, 

sinto-te mais intensamente nestes dias de sol.

 

Eu sei que tu e o sol são duas coisas distintas.

Tu escrevias versos e o sol não.

tu tinhas um sorriso grande

e o sol só tem um sorriso nos desenhos das crianças.

 

Mas um pincel doido

coloriu o teu corpo no azul

e tu vieste à procura dele

e pediste a Deus este sol para o encontrares.

 

Por isso me apetece ajoelhar nesta luz

e rezar-te o meu poema.

Por isso me apetece pegar na Serra

e dá-la de brinquedo

ao primeiro menino roto.

 

Por isso me apetece olhar-te do alto de mim

e gritar:

 

Bom dia Sebastião!

 

 

 

César Pratas





Alice Alfazema