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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Demissão silenciosa

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11
Set22

Leio por aí que existe agora uma vaga de trabalhadores que se regem pela chamada demissão silenciosa - nome dado pelos especialistas - mas ao que parece não é uma demissão, então para que lhe deram esse nome¿. E que especialistas são estes? Ao que tudo indica trata-se apenas de cumprir o horário de trabalho e as funções para o quais foram contratados, nada de mais portanto, é somente ser-se cumpridor dos seus deveres e direitos.

Parece assim haver uma admiração generalizada em concretizar tais factos, o que também não entendo, mas assim como tudo isto é agora exposto e questionado  pela comunicação social como se fosse uma revolta dos trabalhadores, também o é em relação a haver avaliações pelo trabalho prestado, onde se avalia o trabalhador por aquilo que ele faz e para além daquilo para o qual contratado -  dando um exemplo disso: refiro-me ao facto de um dia alguém me ter dito que a avaliação de excelente haveria de ser para quem apresentasse resultados que iriam além da sua função, o que também não entendi na altura. Opinião essa que também encontro muitas vezes em estudos de especialistas. Assim chego a concluir que os especialistas são especializados em confusões especializadas sobre as regras, direitos e deveres dos trabalhadores e das entidades empregadoras.

Um contrato de trabalho é isso mesmo -contrato, com cláusulas escritas, sendo que não seja escrito prevale a lei,   as mesmas refletem os  deveres e os direitos de ambas as partes, se alguma das partes exigir mais do que aquilo que lá está acordado deverá ser reformulado - a isso chama-se princípio da equidade. 

Justo será dizer também que há um alheamento  global daquilo que é ser-se cumpridor, ou seja as palavras dos especialistas tornaram-se tão  vulgares que deixaram em aberto  o seu verdadeiro significado, levando a que qualquer um o interprete a seu bel prazer.

O alecrim, a abelha e, o valor do trabalho

17
Abr12

 

Há já algum tempo que plantei alecrim. Está crescido o meu alecrim. Passo-lhe a mão por cima e fico com o seu cheirinho na pele. Não tem flores o meu alecrim.  O que está  plantado ao ar livre tem flores, o meu não tem. Tento perceber. Ambos têm sol. Ambos têm água. O meu está protegido do vento, resguardado e não tem flores. O outro é silvestre. Nele poisam as abelhas para recolherem o pólen, no meu não há abelhas, no meu não há flores.

 

Há trabalhos mal remunerados e que ninguém lhes dá valor, no entanto, são eles que fazem a diferença.

 

 

Alice Alfazema