Haverá céu azul que aceitas,
O rosto que se fartará...
De lágrimas desfeitas
Não te assustes...são flocos de neve!

Cobrirá campos procipícios
Chaminés seu fumar...
De olhares, vícios...
Falará gelo, frio de arrepiar.

Haverá ruas lamacentas,
De cor singular...
Esqueceram da aguarela,
Outra cor pincelar!

As aves que emigraram...
Outros lugares, miragens;
Da neve recearam...
Não ser calor, ser viagens.

As crianças que serão felizes,
Farão bolas de neve...
Actos seus que predizes,
Farão da neve, que descreve!

Se calarão pontes e cantos...
Das fontes que secaram;
Da beleza que foi recantos,
Inverno, tortura que morre, decretaram!

Madrugadas caiadas,
Ao amanhecer vaiadas...
Do tempo pagem...
Ser visão, ser roupagem.

Natureza adormecida,
Sonolenta, autocarro que espera;
Da estação acontecida...
Volte...se torne Primavera!