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Cada manhã o alvoroço da luz
Me acorda: a luz atravessa a paisagem e a casa!
– A dormir tinha esquecido não as coisas
Mas sua meticulosa beleza
Múltipla
No princípio Deus disse
Faça-se a luz
E com a luz da manhã o mundo principia
Digo a luz e não o sol
Nos dias de nevoeiro emergem formas brancas
Aqui e além como se vogassem
Numa deriva cismadora e serena
Nos dias de sol os ciprestes enegrecem
E ao longe brilha o regozijo das vidraças
Sophia de Mello Breyner Andresen
A partir de uma certa idade, isto é como quem diz, depois de uns cabelos brancos, de umas peles flácidas, e por aí fora, ficamos a entender que está tudo escrito na natureza, e que a nossa espécie pouco ou nada inventou, bem talvez aquilo que inventámos de raiz tenha sido a malvadez e um deus que não ama o macho e a fêmea da mesma forma.
Fotografia Fernando Ferreira