Um buquê na varanda
Hoje há hora do almoço andei a turistar pelos mesmos caminhos de sempre, à coca de novos pormenores que me tenham passado despercebidos, e eis que do nada olho para cima e vejo este belo buquê de flores amarelas, vulgarmente chamadas de azedas, os mais velhos certamente se lembrarão de lhes dar umas boas trincas para sorver esse maravilhoso elixir da liberdade de uma brincadeira de infância. Mas o que aqui me trás não é o sumo desse talo, mas sim o nosso mundo e o que realmente vemos em cada dia.
Falava eu com a minha médica, que me dizia que a quantidade de gente que lhe aparece no consultório e se diz deprimida com o mundo e o futuro é tanta, que ela não tem mãos a medir, nem sabe qual o resultado futuro desta pandemia de tristeza comum. Aprecio eu, na generalidade dos comentários e de opiniões que a grande maioria das pessoas, preocupa-se com o Mundo, no entanto, não sabe apreciar ou viver no Seu mundo, ou seja naquele que lhe coube na rifa, algo tão simples transforma-se num pesadelo coletivo, lembrando a menina gotinha de água, que descobriu que havia mais gotas iguais a ela e que juntas faziam um oceano, ou melhor o que parece pouco se torna muito, assim é impossível mudarmos sozinhos o Mundo, é energia gasta desnecessariamente, mas conscientemente conseguimos mudar o nosso mundo, tarefa quase nula numa perspectiva global, mas somando e somando a coisa adquire dimensão, e isso é o que realmente importa, do nada se faz a diferença.
Podem ler o conto da Menina Gotinha de Água, de Papiano Carlos, aqui.
Para saber quem foi Papiano Carlos, ver aqui.