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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Sobre a malvadez filmada e publicada

12
Jan17

Ilustração  Le Nguyen Ly

 

Nos últimos dias têm aparecido nas redes sociais e TVs vídeos de jovens que agridem em grupo e filmam a cena, quer como divertimento, quer como glorificação do acto. Muito se diz, as pessoas admiram-se com tamanha malvadez, admiram-se menos com os que vêem a cena e nada fazem, ou seja, quem filma, ou quem acompanha, ou ainda quem passa na rua. Todos impávidos e serenos assistem à crueldade. Não têm noção da dor? Não têm noção entre o bem e o mal? Sentem prazer? Estão-se borrifando para o próximo? Que tipo de educação familiar tem esta gente? Haverá abraços e partilhas entre eles? Estarão ausentes de pais? Conversarão entre eles? Os valores transmitidos serão os mesmos que demonstram? A noção de malvadez não lhes diz nada? Selvajaria. A malvadez cultiva-se, como outra coisa qualquer. Quem a rega? Todos os que permitem que tal aconteça. 

 

 

 

Alice Alfazema