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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Diário dos meus pensamentos (43)

1º de Maio 2020

01
Mai20

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Ilustração Mar Azabal

 

Hoje começa o mês de Maio, estamos assim no - Dia do Trabalhador -, assinalado este ano de forma muito diferente, com as ruas das cidades e das vilas quase vazias, e as casas cheias de gente que está angustiada com o seu futuro profissional, muitas empresas e empresários estão empenhados em fazer frente aos tempos que por aí se avizinham, que serão sem dúvida de difíceis decisões, outras há que se hão-de aproveitar para despedir a eito, sem criar soluções e sem grandes remorsos por uma desistência tão precoce. Haverá pressões patronais mirabolantes que poderão levar à redução dos direitos laborais. É importante que todos nos mantenhamos informados sobre a forma de como devemos agir se formos alvo destas situações. A informação fidedigna deve ser procurada de maneira a estarmos sempre atentos aos nossos direitos e também aos nossos deveres, ultrapassar tudo isto exige de todos uma grande persistência em nos mantermos actualizados e pró-activos. 

 

Assim, também começa o mês que é dedicado ao coração, o músculo que mais temos trabalhado nestes dias que andamos a viver, o coração que vive em cada um de nós e para além de nós, na forma como vivemos e nos damos aos outros, nestas semanas temos visto tantos e tantos exemplos de como é possível demonstrar o nosso afecto e a nossa gratidão, e de mudar a nossa forma de estar e de pensar, de como o coração acelera quando vemos bons exemplos que se replicam num acto de contágio que leva a gestos fundamentais para que este tempo seja de gente que encontra coragem para ultrapassar o seu medo e se transcende e leva aos outros a esperança, o alento, o emprego, a inovação, a comida, um afago, as soluções, algumas estratégias e a partilha de conhecimento. Obrigada Gente de Grande Coração!

 

 

Bom dia minha amiga digo em Maio
és uma rosa à beira dum tractor
neste campo de Abril onde não caio
a nossa sementeira já deu flor.

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Bom dia minha amiga eu sou um gaio
um pássaro liberto pela dor
tu és a Companheira donde saio
mais limpo de mim próprio mais amor.

 

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Bom dia meu amor estamos primeiro
neste tempo de Maio a tempo inteiro
contra o o tempo do ódio e do terror.

 

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Se tu és camponesa eu sou mineiro.
Se carregas no ventre um pioneiro
dentro de ti eu fui trabalhador.

 

 

 

Poema José Ary dos Santos

 

Ilustrações de Biljana Mihajlovic