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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

linha da frente

01
Nov20

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Ilustração Amy Grimes

 

Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.

Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco!

 

Poema de Eugénio de Andrade

 

E de repente dás-te conta que estás na linha da frente, que não há mais ninguém antes de ti, isto se a fila for cronológica e sensata, sentes que já passaste por tanto, que te parece até mentira, no entanto a verdade assola-te nos dias cinzentos. Há em tudo um propósito desconhecido, que talvez venha a reunir a verdade e a razão. Nunca sabes, talvez desconfies. Sentes-te brutalmente usado em nome do sofrimento alheio, não alheio ao teu, mas ao outro que te desconhece. Aquele que se afigura novo, a ele, não a mim.  

 

 

Coisas do nosso tempo - TAP Air Portugal

03
Abr20

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Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

 

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Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

 

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Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

 

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Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

 

 

Poema Fernando Pessoa, in Mensagem, 1934

 

 

Já foram e já vieram e hoje foram buscar mais.