A Liberdade não é um bem adquirido
o livro do outro
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Mesmo havendo grades, há sempre forma de sair fora delas, e não importa se a sua dimensão é física ou não. A liberdade tem caminhos que a vontade leva tempo a reconhecer.
Vieste Celeste, assim na aragem
Tal como um astro, astro iluminado
E a tua passagem fosse ela já escrita
Por alguém que dita, com divina mão
De passo apressado, com os cravos nos braços
Os olhos no largo, o olhar fitado
Fizeste dos cravos o símbolo maior
O símbolo sagrado
De cravos ao colo, vai tão intrigada
De olhos pasmados, olhando os soldados
De tanques na rua, enchendo a cidade,
Enchendo a cidade que te pertencia
Quiseste saber o que ali faziam
O que ali faziam de armas parados
E ao responderem armaste-os de cravos
Fizeste poesia
Vem do firmamento por obra divina
Celeste ladina de cravos aos molhos
Que a guerra dos homens também se ajardina
Para ser menos negra à luz dos seus olhos
E foram espalhando, assim os teus cravos
Assim os teus cravos, fuzil em fuzil
Num gesto que foi assim replicado
Assim replicado por toda a cidade
Adultos crianças, homens e mulheres
Já em liberdade, já em liberdade
Espalhando fragrâncias e a rubra cor
A rubra cor dos cravos de Abril
E vão se espalhando, assim os teus cravos
Assim os teus cravos, de Abril em Abril
Num gesto que é assim celebrado
Assim celebrado por todo o país
Adultos crianças, homens e mulheres
Homens e mulheres, soldados, civis
Espalhando fragrâncias e a rubra cor
E a rubra cor dos teus cravos de Abril
Foi do firmamento, por obra divina
Celeste ladina, dos cravos aos molhos
Que todo o Abril ainda ilumina
Para espantar o negro que nos surja aos olhos
Rogério Oliveira-voz
Marco Ferreira-piano
Isa Peixinho-flauta transversal
Letra e Música de Rogério Oliveira
Arranjo e direção musical de Marco Ferreira
Produção de José Salgueiro Álbum “Génese” Boémia 2023
É chegada a hora de momentos de reflexão e dos votos para o ano novo que se aproxima a galope, com ele vem o futuro, mas do futuro nada existe, nem mesmo a certeza que vá acontecer, embrulhado mesmo só o presente, para desfrutar na hora, no abraço, no amor da partilha, no aconchego de um olhar.
Erguei as taças, mas tomai vinho ou outro do qual gostes, daquele que te sabe bem, que te dê alento, não castigais o palato e o vosso estômago com passas e vinhos amargos só porque é tradição, libertai-vos daquilo que vos mói. Saúde, Paz e Liberdade! Que o ano de 2024 seja repleto disto. Obrigada por estarem aí.
Livre
“Não há machado que corte
a raíz ao pensamento:
não há morte para o vento,
não há morte.
Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida,
sem razão seria a vida
sem razão.
Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento,
porque é livre como o vento
porque é livre”.
Poema Carlos de Oliveira