Os putos levaram geleiras grandes azuis, cheias de latas de cerveja, beberam-na durante todo o santo dia, cortaram carcaças com a faca de cabo de madeira e encheram-nas de conduto. Dizem parvoíces. Muitas. De repente sai um deles da sombra do chapéu-de-sol e desata a correr em direcção ao mar, vai todo nu, em grande velocidade,com uma das mãos a tapar as miudezas. Um dos amigos filma a cena. As pessoas riem-se, eu também. Tem o cu cabeludo, ainda não é um gajo metrossexual. Grita e mergulha, volta depois rapidamente na mesma correria para a toalha, sem nunca deixar de agarrar as jóias da coroa, não vá perdê-las. São só rapazes debaixo dos chapéus de sol, conversam em roda, o sol está quente, ao longe vejo a Arrábida, e eu sentada na minha toalha amarela olho para eles e escrevo estas linhas enquanto eles continuam a desfrutar da juventude.
Alice Alfazema