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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alicinha Contina hoje não foi à escola!

29
Nov19

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Alicinha Contina hoje não foi à escola, é sexta-feira e aproveitou a greve do pessoal não docente para fazer um fim-de-semana grande e como é dia de  Black Friday, vai aproveitar e gastar o seu salário mínimo em grandes compras, procura essencialmente um abafador de som, comprimidos para as dores ou pomadas, ou até consultas de fisioterapia ou afins em pacotes de desconto. 

 

 

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A Alicinha tem um emprego para a vida, com um aumento salarial também para a vida, porque a Alicinha só será aumentada perto da reforma, isto se chegar lá. Alicinha lavará sanitas de andarilho, e deixará os meninos andarem uma voltinha na sua  Stannah Mini, claro que a Alicinha não se sente explorada quando ganha uma miséria, afinal limpar não custa nada, qualquer um pode fazê-lo.

 

 

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O trabalho da Alicinha é rotineiro, passa o dia a abrir carcaças e a por fiambre no pão, a gritar com os meninos e a lavar o chão. Só trabalha 35 horas semanais, afinal o que ela quer mais!? Pastilhas para a tosse. 

 

 

 

Uma lição de Direito

07
Mai18

 

 

Uma manhã, quando nosso novo professor de "Introdução ao Direito" entrou na sala, a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:
- Como te chamas?
- Chamo-me Juan, senhor.
- Saia de minha aula e não quero que voltes nunca mais! - gritou o desagradável professor.

Juan estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos estávamos assustados e indignados, porém ninguém falou nada.

- Agora sim! - e perguntou o professor - para que servem as leis?...
Seguíamos assustados, porém pouco a pouco começamos a responder à sua pergunta:
- Para que haja uma ordem em nossa sociedade.
- Não! - respondia o professor.
- Para cumpri-las.
- Não!

 

 


- Para que as pessoas erradas paguem por seus actos.
- Não!!
- Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?!
- Para que haja justiça - falou timidamente uma garota.
- Até que enfim! É isso... para que haja justiça.

 

 

 

E agora, para que serve a justiça?
Todos começávamos a ficar incomodados pela atitude tão grosseira.
Porém, seguíamos respondendo:
- Para salva guardar os direitos humanos...
- Bem, que mais? - perguntava o professor.
- Para diferençar o certo do errado... Para premiar a quem faz o bem...

 

 

 


- Ok, não está mal, porém... respondam a esta pergunta: - agi correctamente ao expulsar Juan da sala de aula?...
Todos ficamos calados, ninguém respondia.
- Quero uma resposta decidida e unânime!
- Não!! - respondemos todos a uma só voz.
- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?
- Sim!!!
- E por que ninguém fez nada a respeito?
Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para pratica-las?
- Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos.
Não voltem a ficar calados, nunca mais!
- Vá buscar o Juan - disse, olhando-me fixamente.
Naquele dia recebi a lição mais prática no meu curso de Direito.
Quando não defendemos nossos direitos perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia.

 

 

As ilustrações são de Anthony Browne, quanto ao texto desconheço o autor, mas adorei ler esta lição de vida, por isso deixo-a aqui para que fique guardada nesta folha digital como um alerta: a dignidade não se negocia. 

 

 

Alice Alfazema

 

 

 

 

 

 

Uma pergunta por dia: Qual a melhor posição sexual para os homens que têm dores de costas?

19
Set14

Através de um estudo realizado em dez casais, podemos compreender qual a melhor posição sexual para os homens que sofrem de dores nas costas. A autora do estudo, Natalie Sidorkewicz, explica: Pela primeira vez na história temos uma informação concreta para orientar os médicos nas suas recomendações aos pacientes que sofrem de dores nas costas, mas não querem abdicar das relações sexuais. Isso pode melhorar a qualidade de vida amorosa de muitos casais. E diz-nos ainda, que as posições ideais variam de acordo com o tipo de dor de cada homem. Para saberem qual a posição ideal espreitem este artigo, entretanto nós mulheres ficamos ansiosamente à espera do tão valioso estudo para a coluna feminina. 

 

Uma pergunta por dia até ao final do ano, quem quiser responder esteja à vontade.

 

 

Alice Alfazema

 

A vida de um filho

01
Fev14

Porque este é um assunto demasiado grave que não dever ser esquecido, porque fingir é compactuar com este tipo de crime, porque a sociedade somos todos nós, independentemente da hierarquia, porque a época colonialista já acabou, porque temos o dever de construir um mundo melhor, porque o ensino superior não é uma saída satânica envolvida em argumentos pomposos e capas com tranças, porque este assunto trás ao de cima a merda que anda escondida, porque a merda só é útil na terra.

 

Deixo estas palavras de uma mãe que recorda todos os dias a injustiça. Para ler a entrevista clique em cima do texto.  

 

Nós pais pagamos foi o passaporte para a morte dos nossos filhos. Nós andamos anos a pagar o passaporte para a morte dos nossos filhos. Eles só vêem números, não vêem a parte humana.

 

Porque o meu filho está sempre comigo. E eu não consigo desfazer-me das coisas dele. É uma dor que me acompanha até... até ao meu último dia.

 

Nunca haverá justiça que traga a vida de um filho, mas se construirmos um mundo melhor de certeza que essa justiça não será necessária. É disso que precisamos. 

 

Alice Alfazema