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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

...impressão digital

30
Jul18

 

 

Ilustração  Cheryl Sorg

 

 

Andamos mais pelos pés do que pelas mãos? De todas as sensações que vamos sentindo ao longo do tempo, é nas mãos que as carregamos? Assim antes dos olhos as mãos. Um olhar palpável. 

 

Tens em ti todas as sensações que pensas? Na ponta do dedo, na ponta da alma. Descarregamos loucuras, choros e ternuras, nas pontas dos dedos. Acariciamos uma flor, uma pele macia, uma ferida que dói, pelas pontas dos dedos corremos mundo.

 

Agarramos num copo, numa fruta, num punhado de areia aquecida ao sol. Na ponta dos dedos está o começo e talvez o fim, onde tudo começa, onde tudo se esquece. 

 

Num shiuu, num indicador acusatório, num adeus, numa conchinha de beijos, na ponta dos dedos. 

 

Há uma festa em unir as mãos, uma prece na ponta dos dedos, um agradecimento, um conhecimento, uma saudade de quem não volta, um reencontro pleno de alegria, tudo na ponta dos dedos. Sensações perdidas, outras que voltam, umas que se desconhecem, outras que queremos repetir. 

 

Levanto as mãos: até já!

 

 

 

 

 

Alice Alfazema