Dia Mundial da Árvore
Dia Mundial da Poesia
As árvores são poemas que abraçamos. São frescura que alenta num dia quente de Verão. É espírito vivo na Primavera. É calma e reflexão no Inverno. É vida, é casa, é pouso de descanso.
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As árvores são poemas que abraçamos. São frescura que alenta num dia quente de Verão. É espírito vivo na Primavera. É calma e reflexão no Inverno. É vida, é casa, é pouso de descanso.
Fotografia Artur Pastor
Tenho saudades dos jardins, dos pequenos recantos, e de apreciar os cuidados dispensados a cuidar da flores e das plantas, ainda tenho os dois bilhetes que me ofereceram para uma visita à Quinta da Regaleira, tenho saudades de imaginar quem se sentou na sombra de uma mesma árvore num ano e depois no ano seguinte, e no outro, e no outro depois do outro.
Se me perguntarem o que farei em primeiro lugar no fim deste confinamento, será sem dúvida passear de mãos dadas, pele com pele, ao sol, a ver o mar, ou num jardim, ou na Serra, num sítio onde liberte este sufoco de betão. E que esse momento fique eternizado numa parede da minha sala, onde o possa ver, como quem lê um poema, como quem sabe uma boa notícia, para que me recorde a cada instante que o melhor do mundo é a Liberdade. Abril. Abril de 2020.
Ilustração Fredrik Rättzén
Na cidade
há um jardim
e no jardim um canteiro
e no meio do canteiro
está cavando o jardineiro.
A terra suja-lhe os pés,
rasgam-lhe rosas as mãos,
as dálias roçam-lhe a cara
quando se dobra para o chão.
Há um jardim na cidade
e no jardim um canteiro;
quem vê as flores que lá estão
não pensa no jardineiro.
Poema Luísa Ducla Soares
Pobres das flores dos canteiros dos jardins regulares.
Parecem ter medo da polícia...
Mas tão boas que florescem do mesmo modo
E têm o mesmo sorriso antigo
Que tiveram para o primeiro olhar do primeiro homem
Que as viu aparecidas e lhes tocou levemente
Para ver se elas falavam...
Alberto Caeiro
Alice Alfazema