Depois do vidro
06.04.20, Alice Alfazema
Ilustração Jilly Ballantyne Demoro a fechar janelas porque me dói a vida entre dentro e fora. Meu gesto lento sem antes nem depois, desconhece se abre ou se fecha a janela de uma outra janela. Sem longe nem perto, entre sombra e além, na casa onde o meu corpo começa, sou eu mesmo a terra que contemplo. Depois do vidro, perdida da sua própria imagem, a paisagem ainda mora toda em mim E eu, já, nela. Poema Mia Couto, in Tradutor de Chuvas