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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Fogos abertura da época - 2019

21
Jul19

Tal como a abertura das férias da malta que trabalha está também aberta agora a época festiva dos fogos em Portugal, tempo quente, vento favorável, é só começar. É um festim, é ver o fogo devorar a floresta, ou o que resta dela, os animais que aí habitam a morrerem, as casas e os bens das pessoas que vão ficar anos sem nada, são as reportagens, são as capas dos jornais, são a contagem de gente ferida, é fotografias de bombeiros nas redes sociais. É o desnorte da organização, que até agora foi pouca ou nenhuma, é ver depois crescer os negócios que ficam depois do fogo, assunto tabu, é tudo mentira, os fogos são devido às temperaturas elevadas.

 

Em cada foto que se veja por aí, em cada reportagem existem sempre eucaliptos na paisagem, é falso, é mentira, essa espécie até nem é das que ocupa maior área em Portugal, e crescem as eólicas, e a prospecção de minério, justamente em terrenos que arderam, é falso, é mentira, são tudo calúnias. A malta precisa é de carvão para assar as sardinhas.

 

 

 

Chuva

16
Out17

 

Ilustração Stanley Kerr

 

 

Neste momento está a chover. Há tanto tempo que não chove. Já tinha saudades da chuva e do cheiro a terra molhada. As formigas hão-de esconder-se das gotas de chuva. Abençoada água que cai do céu e molha a terra demasiado seca. O resto das folhas das árvores hão de cair já sem força para continuarem nos ramos. A chuva cai de mansinho, avançando pela estrada escura e suja de pó. Lava a estrada, lava o ramo, lava a mágoa do dia de ontem. Bem-vinda chuva que estais caindo.

 

 

 

Alice Alfazema