Verdade verdadinha
Depois de tantos dias sem aqui escrever, eis que volto da viagem feita de silêncio e de descanso de palavras, feita de dias inteiros com exactamente vinte e quatro horas, de fins de semana com sábado e domingo. Vejo agora que foram iguais, as verdades e as mentiras, e que os dias e as noites nem sempre se assemelham àquilo que projectamos, para alguns as mentiras ditas dignamente sabem sempre a verdade. Digo dignamente como quem canta um refrão piedoso, feito de mão no peito e esmola ao pobre. Coisas do bem que fica bem, mas que não vão além. E fico sempre admirada com tal proeza, como se fosse a primeira vez. O que me encanta afinal? Talvez a fineza de tanta leviandade, de se repetir encarecidamente que é verdade.