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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Dor de corno

20
Fev25

Eu quando eu era miúda ouvia muitas vezes esta expressão: dor de corno. Raramente ouvia falar de inveja. Tudo o que estivesse relacionado com inveja, quadrilhice, frustração, ciúmes, mal-dizer, era considerado - dor de corno. Assim fui aprendendo ao longo da vida que existem diversos tipos de cornos. 

 

Para mim faz mais sentido dizer que a pessoa tem dor de corno, do que dizer é frustrada, ciumenta...porque a dor de corno é uma coisa que se carrega, cresce e perfura e continua lá. Já a dor de cotovelo é dor de quem trabalha, só tem dor de cotovelo quem lutou, para mim a dor de cotovelo não é válida na escala da frustração, inveja e outros afins. 

 

Dor de corno é uma sensação animalesca, do mais profundo primitivismo humano, a inveja por outro animal. No entanto a dor de corno não atinge o visado, apenas quem a tem. Se dissermos que somos alvo de inveja poderemos sentir-nos ofendidos e nem compreender o porquê da coisa, mas se pensarmos que somos alvo de dor de corno, a coisa apenas pertence ao outro.

 

A dor de corno é a consciência profunda, nem todos têm acesso a ela, de que se podia caminhar para uma mudança no sentido de largar os cornos e ficar mais aliviado com a situação, mas a pessoa habitua-se tanto à dor que já não se vê sem ela, e lá anda a carregar a dor de corno para cá é para lá.

 

A dor de corno apresenta-se nas mais diversas formas: escrita, falada, muda, espalhafatosa, com humor, com raiva, com sorriso...atinge novos e velhos e até pessoas que se acham a última bolacha do pacote. A dor de corno pode ser encontrada nos diversos estratos sociais, uns podem ter cornos de vaca, outros de antílope. Nas mais diversas profissões, tanto no trolha como no doutorado. A dor de corno aparece sem a pessoa dar por isso, por vezes os cornos são tão pequeninos que nem reparam neles, acusam os outros, riem dos outros, mas quem os carrega são eles.

 

Podem acontecer calcificações de dor de corno, mas é possível viver com elas desde que se faça uma boa manutenção do corno, com massagens de consciência regulares. Por vezes a dor de corno cresce tanto que não há volta a dar, no entanto são conhecidos casos em que os cornos caem à medida em que a experiência de vida avança, aí a dor de corno desaparece e dá-se início a uma outra vida. 

 

Tanto na dor de corno como na vida há esperança. Basta fazer acontecer. 

 

 

 

 

Daqui até ao Natal -15

02
Set24

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1º - Isto das redes tem que se lhe diga, é uma cena marada e picante, e andam as pessoas assustadas com a inteligência artificial, ah e tal nunca sabemos o que é verdade ou mentira, pois não, é de estar com pé atrás, e sorriso no rosto, e tento não arregalar muito os olhos (coisa que me é difícil de fazer), assim sou eu quando encontro na rua pessoas conhecidas que já não vejo há muito tempo, mas que também somos amigas no "face", fico quase sempre na dúvida: então mas a pele dela não é mais clara, ou mais escura consoante o caso (?), hummm afinal aquilo são pestanas postiças, olha a papada afinal existe...e tem rugas (!), que coisa mais estranha, como se vive assim, são necessários dois cérebros para actuarem dentro e fora do ecrã, quais divas esquizofrénicas. 

2º - Não compreendo as mães, vou falar só das mulheres, que gostam de competir com as filhas, parece-me estúpido, parece-me repugnante que se exibam com o intuito de que lhes digam que parecem irmãs. Que coisa mais parva eu querer ser irmã da minha filha, neste amor não cabe este tipo de competição sexual. Também não gosto da tal história, ahh e tal, a roupa de uma é a roupa da outra, não pode ser, uma peça ou outra sim, mais que isso não, sapatos muito menos, do que tenho visto deste tipo de atitude de uma mãe perante a filha, é sempre esta última a ser anulada, mas porque carga de água actuam deste modo? Mete-me nojo, e não uso em vão a palavra.

Conclusão: estou fora de moda (?!), estou a ficar velha (?!), mas o mais incrível é que estou a gostar, não compreendo quem não se olha ao espelho com olhos de ver.