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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

O tempo

30
Out16

 

Ilustração Francesca Baerald

 

Peguei no tempo e guardei-o, para gastá-lo quando quiser. Peguei no tempo e voei nele. Peguei no tempo e gastei-o todo, agora não tenho tempo. Depois o tempo pegou em mim e gastou-me, cansou-me, amoleceu-me, paralisou-me. Peguei outra vez no tempo e soltei-o, agora vou apanhá-lo. Vou dividi-lo, cortá-lo em pedacinhos e engoli-lo. 

 

 

Alice Alfazema

 

Uma pergunta por dia: Somos prisioneiros do tempo ou o tempo é o nosso libertador?

31
Ago14

 

Pintura Vladimir Kush

 

Para não matar seu tempo, imaginou:
vivê-lo enquanto ele ocorre, ao vivo;
no instante finíssimo em que ocorre,
em ponta de agulha e porém acessível;
viver seu tempo: para o que ir viver
num deserto literal ou de alpendres;
em ermos que não distraiam de viver
a agulha de um só instante, plenamente.

 

João Cabral de Melo Neto

 

[...] São compridos os
dias mas cada vez mais breves as secções
da vida [...]

 Gastão Cruz 

 

 

 

Uma pergunta por dia até ao final do ano, quem quiser responder esteja à vontade.

 

 

Alice Alfazema