Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Daqui até ao Natal - 3

21
Ago24

IMG_20240821_135405.jpg 

A arte de fazer o outro feliz é menos exigente do que a arte de ser-se feliz. Há pessoas que têm medo de serem felizes, quantas vezes já ouvimos: é sol de pouca dura; está tudo a correr tão bem que até tenho medo... talvez por a felicidade ser de curta duração, e depois? Então não se aproveita um momento bom porque a seguir vem um mau? 

Esta descrença profunda pelo quotidiano, a não aceitação das nossas emoções e daquilo que somos capazes de fazer para ultrapassar cada problema é como uma peçonha que cola como a própria sombra em dia de sol. 

Daquilo que eu tenho saudades, é de ouvir risos, conversas alegres...quando venho no comboio raramente se ouvem vozes, muito menos risos, é um silêncio embutido em chumbo, por todo o lado o foco é o telemóvel e os fones nos ouvidos, pescoços curvados como gente muito velha, alheamento total pela paisagem que passa ao longo de cada janela. Vive-se dentro de um ecrã. Ali se partilham todas as emoções, de modo escrito, em fotografia, e por último em áudio (tenho visto muito, coloca-se o telemóvel rente aos lábios e a coisa dá-se), pode parecer uma conversa, mas na realidade não é, é antes um monologo à espera de resposta. 

Da janela o céu passa azul velozmente entre as árvores paradas.

💋

16
Nov19

 

às vezes basta
uma palavra
uma flor ou apenas uma pétala
um sorriso
o voo rasante das gaivotas
não sentir e não me importar
uma colher de arroz-doce, mas com a parte da canela
o cheiro a mar
uma pinta na folha
o frio da pedra e o quente de uma respiração
o fumegar do café
importar-me com o teu sentir
o lápis de cor amarela, para pintar o sol
aqueles teus fios de música que fazem estremecer
uma impressão, mesmo que vaga, de felicidade
o ondulado negro
a lembrança sempre presente de ti

para a vida prosseguir

 

Poema de Isabel Pires

 

#diariodagratidao 28-06-2019

28
Jun19

visão.jpg

 

Ilustração Isabelle Bryer

 

Gosto quando alguém partilha comigo a sua felicidade, é para mim um grande sinal de confiança, de amizade, de companheirismo e de amor. Partilhar as maleitas é fácil, são queixas, é despejar o lixo que há em nós. Partilhar alegria é outro estado de alma, que apenas pertence aos seres superiores e aos audazes. 

 

#diariodagratidao 31-03-2019

31
Mar19

p2 (1).jpg

 

As imagens não são de hoje, mas poderiam ser. Hoje estive aqui à beira-mar, ouvindo a voz da água e aproveitando o calor do sol, na praia algumas pessoas tomavam banho, outras estavam esticadas ao sol, um homem andava para cá e para lá na areia, no corpo a cor de já ter apanhado muitos pedaços de sol. Energia boa. À beira da água uma mulher já amadurecida pela vida passeava as suas tatuagens com a sua tanga branca que ondulava a cada passo, pra baixo, pra cima. 

 

p2 (2).jpg

 

Estivemos ali à conversa, sentados naquele pedaço de céu. O tempo escorria devagar pelos nossos corpos, carregando baterias para a semana que se avizinha. Foi bom, muito bom. 

 

p3.jpg

 

Por vezes os dias parecem-nos iguais, é mera desinformação. Nenhum minuto é igual a outro. Nenhuma imagem é igual a outra. Nada é igual a nada, tudo é consequência. 

 

Quando chego a casa tenho uma surpresa boa ao abrir o blogue, vejam aqui no Delito de Opinião. Março terminou em grande. Obrigada Pedro.