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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Farol

14
Ago20

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Debruado numa nesga de terra

ergues-te altaneiro e vigilante

sobre o mar calmo ou revoltoso

irradiando a salvífica luz oscilante.

 

 

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Desde tempos imemoriais

resgatas do destino incerto

a precária condição dos mortais

que ousam cruzar o mar aberto.

 

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O que seria de quem

incessantemente

procura conhecer o mundo

sem o clarão precioso

da esperança

de chegar a bom porto,

finalmente.

 

 

Poema Daniel Bastos, in Terra, Farol de Luz

 

 

Farol

05
Nov17

 

Ilustração Barry Ross Smith

 

 

Em cima do farol branco.

Um dos meus ouvidos ouve o mar,

sua voz e seu clamor.

 

O mar devolve tudo que não vale,

tudo ruim, ficando com o bom,

com coisas que o enobreça.

O meu ouvido ouve os peixes, as algas,

o tubarão que comeu a perna do pescador.

 

O outro ouvido meu ouve, sente

o vento, que fala bem perto.

O vento emociona, toca, e vai embora,

levando uma parte de mim,

da minha poesia e emoção.

Eu sei que fui com o vento.

 

Os meus olhos escuros misteriosamente ouvem

o cantar dos bem-te-vis e dos pardais defronte.

Eles ouvem, vêem Deus.

 

Os meus olhos claros vêem tudo:

o mar verde-azul, as ondas beijando a praia,

as pedras, os barcos de pescadores brincando.

O vento, perto, movimentando as areias das dunas,

os coqueiros, os pássaros, os montes,

e o sol criança

 

E vê meu amigo abaixo de mim.

Olhando de pé tudo isso, mas da forma dele,

com outro olhar e emoção.

 

 

Poema de Francisco Carlos Machado

 

 

 

Alice Alfazema