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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Paz

01
Jan23

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Nós não podemos ser da Terra!
Ninguém destrói a sua casa com o à-vontade
da Humanidade a dar cabo do planeta!
(...)
Estamos cá por empréstimo. De nascimento e de morada.
Talvez, havendo rumado ao lado oposto, o natural,
a guerra fosse dita estúpida,
fútil o sacrifício da conquista,
porque de razão contrária à nossa meta.
Talvez, diante da paisagem liberta de ameaças,
de cavalos mortos, de pontas de lança,
de lutos carregados, de estandartes,
parássemos, tranquilos, de sorriso aberto
e ouvido alerta para o coro de vozes.
Talvez venerássemos, juntos, a brisa nas folhas,
o canto das baleias, das aves e das fontes,
sentíssemos gratidão pelo cheiro são do mar,
pela foice, pela água, pela vinha, pelas flores,
pelas montanhas em cadeia, pelas aldeias,
pelo pão, pelos céus, pelo luar da noite,
soubéssemos ligar-nos à luz que nos rodeia e espera,
elevássemos a vida às palavras boas, e,
de uma vez por todas, aprendessemos
a divina melodia dos abraços.
 
Margarida Faro
 
Retirado daqui.

Cavalgar o medo

15
Mar20

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É necessário cavalgar o medo, reflectir, partilhar e ser solidário.

 

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Renascer, recuperar memórias e saberes. 

 

 

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Isolar-se entre quatro paredes, mas conectar-se com o mundo através das novas tecnologias. 

 

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Procurar dentro de nós o amor que julgávamos perdido.

 

 

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Sentir que nas pequenas coisas e nos pormenores esquecidos estão verdadeiros tesouros.

 

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Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

 

Poema Mário Quintana

 

 

 

 

As ilustrações  são de Nancy Liang