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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Conversas da escola - O estupor da folha

29
Jun20

Uma senhora vem acompanhada, ou é acompanhante, de bebé de colo, criancinha de três anos e uma miúda de dez anos...vêm todos entregar os manuais da mana mais velha. O livro de português tem a folha de rosto escrita, como todos sabem, (alguns ainda continuam por saber), não é para escrever nos manuais, porque os manuais são para ser reutilizados, blá, blá, blá...Ora se a folha de rosto do livro de português está escrita o que fazemos? 

1- Apagamos o que está escrito.

2- Tentamos resolver o assunto de outra forma se não der para apagar.

3- Enquanto a funcionária anota os outros livros, rasgamos a folha num ápice, vulgo arrancamos, e esperamos que tenhamos sido suficientemente rápidos para que ela não tenha notado, caso note, dizemos que era apenas uma folha de rascunho. 

 

 

Diário dos meus pensamentos (11)

Bandeira Nacional

30
Mar20

Na sexta-feira passada hasteei a bandeira na escola, hoje tivemos de a recolher. É sempre o mesmo hasteamos  a bandeira à sexta e recolhemos à segunda. O  mastro é muito alto. Parece um mastro de um navio. A bandeira dá-lhe um ar elegante. Sem ela fica sem vida. E se este fosse um tempo de estar sempre hasteada, tal como um barco que navega para bom porto? 

O pré-fecho das escolas - Covid-19

11
Mar20

Esta semana tem sido muito cansativa no bar da escola, somos apenas duas pessoas: como sempre, centenas de alunos, lavamos vezes sem conta o balcão, a loiça e tudo o resto, com cloro, com lixívia, as nossa mãos estão ásperas, chamamos à atenção para só estarem presentes quem vem comprar alguma coisa, dizemos que não devem colocar as mãos em cima da bancada, que aquilo é como um corrimão ou uma maçaneta, que não partilhem alimentos, que todos somos responsáveis por contermos o vírus, que a nossa liberdade termina quando começa a do outro, que estamos ali para os orientar, que lhes queremos bem, que ser chato e insistente é por bons motivos, é por preocupação, que fechar as  escolas pode ser bom, ou pode ser mau se andarem por aí a passear, que estar de quarentena não é estar de férias - é um dever, que devem lavar bem as mãos, que se estão doentes ou com febre devem ficar em casa, porque nós não somos médicos, nem pretendemos ficar com a responsabilidade que é e deve ser sempre dos pais ou de quem tiver a guarda.