Micro contos - Demão
Ilustração Riso Chan
De mão em mão, de mão dada, de mão no ar, de mão nos olhos, de mão na boca, de mão fechada, uma demão de gestos, pintadas na parede das emoções.
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Ilustração Riso Chan
De mão em mão, de mão dada, de mão no ar, de mão nos olhos, de mão na boca, de mão fechada, uma demão de gestos, pintadas na parede das emoções.
Fotografia Pedro Rego
É preciso afirmar aquilo em que se acredita. É preciso usar as grandes palavras: fé, amor, vergonha, coragem. É preciso dizer que a paixão, mais do que a razão, redime e nos torna santos. E, sem pudor dos afectos, confessar que sinto muito.
Pedro Lobo Antunes, in Sinto Muito.
Ilustração Adrien Patout
Eu gosto muito de vozes, conheço vozes que me acalmam, outras que me alucinam, e aquelas que me alegram. Gosto de sentir emoção na voz, gosto de uma voz grave e profunda, não gosto daquelas vozes que me irritam e que me obrigam a "desligar" de tão agudas e incisivas que são.
A voz, pode ser trabalhada para disfarçar emoções, ou para activar as mesmas. Quando uma pessoa fala não transmite apenas palavras com um determinado significado, a fala vem também acompanhada daquilo que a pessoa sente. Não acredito em vozes que nunca se alteram, que podem descrever os piores momentos num mesmo tom, ou aquelas que podem falar sobre carinho num desalento monótono. Há qualquer coisa de sinistro nessas vozes vazias de emoções.