Em relação aos vencimentos de António Mexia e Soares dos Santos:
Não podemos ter setores de privilégio ilimitado, precisamos de regras na economia para que o país possa funcionar e ser mais justo.
Ficamos a saber quanto é que ganharam por ano em 2016 os patrões das maiores empresas portuguesas, estamos a falar de empresas que empregam milhares de trabalhadores com salários modestos, como são os salários em Portugal, estamos a falar de empresas que têm grandes responsabilidades na economia, a mesma economia que é tão ingrata para a generalidade da população.
Soares dos Santos quase duplicou o salário de 2015 para 2016 e ganhou o ano passado 1,27 milhões de euros, o equivalente ao que ganham em média 90 trabalhadores do Pingo Doce, ganhou sozinho aquilo que paga em média a 90 trabalhadores do Pingo Doce e aumentou o seu próprio salário em 46%, será que algum dos trabalhadores do Pingo Doce teve um aumento salarial de 46%?
Mas, há ainda melhor, António Mexia, o patrão da EDP, ganhou o ano passado mais de dois milhões de euros, a cada dia que passou António Mexia ganhou dez salários mínimos nacionais, por dia são mais de 5.500 euros.
E quando nós olhamos para esta economia, quando olhamos para este Mexia com os seus dez salários mínimos a cada dia que passa ou para o Soares com o seu aumento salarial de 46% num ano dizem-nos que é mérito deles, o mérito deles é agravar a economia injusta, fazer a escolha pelos baixos salários dos trabalhadores, fazer a escolha por esmagar os seus fornecedores e, com isso, o emprego no país, fazer a escolha pelas piores práticas sociais.
Catarina Martins, coordenadora do BE
Alice Alfazema