Leitos rugosos
Serão os braços da Árvore Neptúnica
metamorfose de um feto abrindo
as flores do Éden nas mãos da criança.
Os dias, lentos,
baloiçam o fruto.
O poema
percorre leitos rugosos
salta despenhadeiros
encosta o rosto às falésias
e vem poisar suavemente
na foz do símbolo.
Poema é sulco na terra,
raiz agarrada ao branco
de uma folha imaginária
na árvore dos dias por viver
Maurícia Teles, in Sonho de Vidro
Alice Alfazema