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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Jogo de raciocínio

💋

10
Jun21

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Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim co'a alma minha se conforma,

Está no pensamento como ideia;
[E] o vivo e puro amor de que sou feito,
Como matéria simples busca a forma.

 

Poema de Luís Vaz de Camões

 

Dia de Portugal

10 Junho de 2020

10
Jun20

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O documento mais antigo, existente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, com a palavra-sinal de Portugal. Trata-se da carta de doação pelo infante D. Afonso Henriques a Egas Ramires da igreja de São Bartolomeu de Campelo. Datada de 28 de julho de 1129.

 

Texto:  Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas

Ver mais em: Arquivo Nacional Torre do Tombo.

 

 

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

10
Jun19

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Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o Mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, enfim, converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como soía.
 
 
 
Poema de Luís Vaz de Camões 

 

Bom dia Portugal!

10
Jun18

 

Ilustração  Vicky Álvarez

 

 

Cá nesta Babilónia, donde mana
Matéria a quanto mal o mundo cria;
Cá donde o puro Amor não tem valia,
Que a Mãe, que manda mais, tudo profana;

 

Cá, onde o mal se afina e o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega Monarquia
Cuida que um nome vão a desengana;

 

Cá, neste labirinto, onde a nobreza,
Com esforço e saber pedindo vão
Às portas da cobiça e da vileza;

 

Cá neste escuro caos de confusão,
Cumprindo o curso estou da natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião!

 

Luís Vaz de Camões