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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Dia da Mãe, Dia do Trabalhador

Maio mês do coração

01
Mai22

 

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Hoje assinala-se o dia da mãe e simultaneamente  o dia do trabalhador, em resumo começa também o mês dedicado ao coração, sem dúvida que estas duas dimensões da nossa vida - a mãe e a trabalhadora -  são grandes alavancas para fazer bombear o nosso coração, numa e noutra poderemos encontrar alegrias e tristezas que podem afectar, para o bem ou para o mal, o nosso coração. Cuidar do nosso coração exige esforço e equilíbrio entre estas duas áreas, e também naquilo que somos, o Eu - num acto torna-mo-nos três em um - somos o eu, a mãe e a trabalhadora. Descurar o eu não é tido muitas das vezes em conta, porque as outras duas dimensões agigantam-se de tal maneira que o eu revela-se apenas um apêndice.

Sabemos que trabalhar é um meio de sobrevivência, para nós e para as crias, ser mãe é também um acto de sobrevivência da espécie, que numa analogia poderá ser comparado a um salto de paraquedas, sabemos que vamos saltar, só não sabemos como vai correr, é inevitável, avassalador, incrível, assustador. Não haverá receita mágica para ser-se a melhor mãe, porque é um trabalho sem finitude, não há descanso no pensamento, nem no coração, fisicamente exigente vinte e quatro horas por dia.

Trabalhar poder-se-à reduzir-se a um mero horário, mas não é só isso, poucos são os que trabalham naquilo que gostam, como podemos proteger o nosso coração fazendo algo que não gostamos(?).

É muito difícil manter-mo-nos saudáveis nestas duas dimensões da nossa vida, alguma há-de falhar, ou resultar menos bem, se antes carregámos um mundo na barriga, agora sentimos que carregamos um mundo às costas.  

Em Portugal, apesar da Lei abranger o direito parental, ainda assistimos à discriminação salarial entre homens e mulheres, e sendo que um dos factores de discriminação é o facto de a mulher ser mãe ou vir querer a sê-lo, no nosso país a taxa de natalidade tem vindo a baixar, se por um lado isto deve-se aos baixos salários, também se deve às condições de empregabilidade onde vão sendo cada vez mais os horários desfasados com o seio familiar.

Ser-se mãe em Portugal é desgastante, exigente e por vezes humilhante em meio laboral e social, ainda não existe cultura social e política em benefícios que superem o ser-se mulher - mãe - trabalhadora.  Apenas o coração supera isso.

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Mães refugiadas

02
Mai21

Para muitas mães, o simples acto de ser mãe exige muito mais do que parir, dar colo, carinho, comida, amor, roupa e cama lavada. É para além disso tudo, uma enorme vontade e espírito de resiliência, que se distancia de um simples lugar de estacionamento em frente a uma escola para deixar o filho, onde não há a pressa em escolher a indumentária do dia, ou a preocupação de qual o legume favorito. Não é apenas uma luta por viver, mas também de sobreviver à crueldade do local, à guerra, às alterações climáticas, à violência, na procura incessante de uma vida mais digna. Ou mesmo entre a vida e a morte. Uma mulher nestas condições não vive apenas o seu sofrimento, mas o de todos os seus filhos, como se fossem um ser único.

 

Amã/Nova Iorque, 15 de março de 2020 – Cerca de 4,8 milhões de crianças nasceram na Síria desde o início do conflito, nove anos atrás. Outros 1 milhão nasceram como refugiadas nos países vizinhos. Elas continuam a enfrentar as consequências devastadoras de uma guerra brutal. 

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© ACNUR/Rocco Nuri

Christine morava no Sudão do Sul e, mesmo grávida, precisou fugir depois que sua cidade sofreu ataques violentos. Por três dias, caminhou com seus dois filhos sem água ou comida. A pequena Anwech veio ao mundo dois dias depois de finalmente chegarem a Uganda. 

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© ACNUR/Viktor Pesenti

Annabel deixou a Venezuela quando a comunidade onde vivia foi atacada por forças armadas. Ela e os filhos fugiram durante a noite levando apenas alguns pertences. Eles tiveram que escalar montanhas rochosas até chegar ao Brasil. Annabel estava grávida de três meses durante essa difícil jornada. 

 

 

Porque o Dia da Mãe é sempre que um filho quer

28
Abr21

 

 

Mãe descobri que o tempo pára

E o mundo não separa o meu coração do teu

Eu sei que essa coisa rara

Aumenta, desassossega mas pára

Quando o teu tempo é o meu

 

Mãe canta com vaidade

Porque já tenho idade

Pra saber

Que em verdade em cada verso teu

Onde tu estás estou eu

 

Mãe contigo o tempo pára

Nosso amor é coisa rara

E cuidas de um beijo meu

Sei que em cada gesto teu

Está teu coração no meu

 

Mãe canta com vaidade

Porque já tenho idade

Pra saber

Que em verdade em cada verso teu

Onde tu estás estou eu

 

Se pudesse mandar no mundo

Parar o tempo à minha vontade

Pintava teu coração com as cores da felicidade

Em cada gesto teu

Está teu coração no meu

 

Mãe canta com vaidade

Porque já tenho idade

Pra saber

Que em verdade em cada verso teu

Mãe...

A nossa espera valeu

 

Poema de Martim Nunes Ferreira

Diário dos meus pensamentos (45)

Dia da Mãe 2020

03
Mai20

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Ofereceram-me esta rosa logo pela manhã, fiquei feliz, estes mimos deixam-se feliz, é na simplicidade dos gestos que conhecemos a capacidade  e a sensibilidade de cada um. Obrigada. Vou colocá-la aqui, tal como te disse, para abrilhantar este meu Dia da Mãe. Foi um dia tranquilo, com muito calor, o fim de tarde a cheirar a Verão, as andorinhas andam às voltas antes de se aninharem, o Ginjas ladra por tudo e por nada, penso que está a precisar de férias dos humanos. A sobremesa foi mousse de chocolate, daquela que se aloja nas ancas, preparada pelos filhos. Tudo parece normal. É domingo, festejamos também o dia do Sol, ele hoje vestiu-se a rigor. A noite cai agora, mas vem de mansinho, como se estivesse cansada, abraça os restos do azul que ficou do dia, dobra-se como quem faz uma vénia ao dia. Boa noite!