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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Mano a mano

02
Mai22

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Descobri um ninho de peneireiro defronte da minha janela, do outro lado da rua numa varanda e dentro de um vaso abandonado de flores, já tinha notado que andavam por ali, de vez em quando davam o ar de sua graça no cimo da antena de televisão que fica no telhado do prédio defronte do meu, também ouvi diversas vezes aquele piar característico das aves de rapina, mas nunca os tinha observado como casal, a não ser no ecrã da televisão, não sei se já há cria, mas dá gosto vê-los, a fêmea dorme no ninho, o macho dorme na árvore perto dele, é curioso observá-los, e tão interessante saber que afinal basta tão pouco para podermos usufruir da vida selvagem, tenho visto que estão mais activos pela manhã, tal como se preparessem para ir para o emprego, sinto que quando os observo também estou a ser observada, recolho-me então meio intimidada, meio envergonhada por estar a ousar intrometer-me no seu direito à privacidade, mas sei que na minha identidade de primata amanhã voltarei a espreitar. Sei que também hei-de conseguir encontrar os binóculos que comprei algures para oferecer aos miúdos.