Virgolinho o ET cientista social
Capitulo II
Fotografia Katarzyna Załużna
Virgolinho desviou o olhar daquela imagem fantástica, conhecia a maciez das penas dos pássaros, de onde vinha as aves eram adoradas como símbolos de liberdade e de sonho, pois tinham o poder mágico de atravessarem os buracos negros entre universos e transformarem as cores das suas penas através da energia quântica, de uma só vez mudavam de tamanho e de cor, era quase impossível haver uma catalogação de cada espécie, visto andarem em constante mutação. Era estranho estar a comparar os dois mundos, principalmente porque os que viviam ali em baixo tinham a noção de viverem sozinhos no vasto universo. Ligou o comando principal da nave, este podia ser comparado a um grande computador terrestre, era dali que retirava a informação que necessitava para se manter actualizado sobre cada mundo que visitava. Naquele comando era possível fazer qualquer tipo de pesquisa, o cruzamento de dados que ali tinha sido introduzido permitia a Virgolinho conhecer e ter a noção aproximada de como os terrestres se comunicavam através da escrita. Verificou que havia agora um outro mundo paralelo à realidade, a que os terrestres chamavam de redes sociais, Virgolinho ligou-se às redes e começou a ler o que eles chamavam de comentários, depreendia que aquilo seria uma forma de expressão, no entanto o que o surpreendeu é que havia nesses ditos comentários uma forma de agressão verbal jamais expressada com essa dimensão no chamado mundo real, ficou também curioso em perceber o porquê desse tipo de comportamento ser aceite em sociedade como liberdade de expressão. Anotou alguns desses comentários como fonte de pesquisa, mais tarde iria tratar de documentá-los, depois pensou que teria de reformular toda a sua pesquisa já antes feita na Terra.
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