Sonhei que ia a conduzir um jipe, cheio de diplomas e leis, para o Algarve. Entreguei os tais papeis a um homem de cabelo grisalho que com uma voz estranha me deitava perdigotos para as bochechas. Não consigo me lembrar da sua cara, apenas que tinha vestido uns calções de banho às riscas e um pólo cor-de-rosa bebé. Entretanto a sua esposa chegou esbaforida, vinda das compras, trazia queijo e chourição para as sandes. Disse-me que não comia fiambre na praia e que usava (...)
Talvez, já tenha idade suficiente para se lembrar que as escolhas pelo lado sofrido não levam a nada. Ou talvez, tenha saudades do tempo em que se trabalhava de sol a sol. Ou talvez existam outras explicações.
Uma pergunta por dia até ao final do ano, quem quiser responder esteja à vontade.
Alice Alfazema
Agora que andar indignado está na moda, ando indignadíssima com o facto de um senhor idoso ter que trabalhar dez a doze horas por dia, inclusive ao fim de semana. Nem na China exploram os idosos desta forma. Ou será que exploram? Quando será que este senhor vai poder gozar a sua merecida reforma?
Vou comer mais um arroz doce a ver se isto me passa. É muita indignação...
Alice Alfazema