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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Estou de viagem

19
Fev21

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Ilustração Andrea Calisi

Pode parecer repetitivo, e é. É como se andássemos naquela roda de rato, andando sem parar, sempre no mesmo sítio. E é isto que perdura há cerca de um ano, enquanto arrastamos connosco a mala cheia de dúvidas, medos, projectos. E o caminho continua, estamos a vê-lo, uns dias estreito, outros largo, mas há medida que o tempo passa, a mala vai estando mais pesada, e não podemos parar, porque o tempo não pára, continuamos, como numa maratona, doendo, doendo, já sem dar por isso, apenas seguimos.

Tenho feito, grande parte desta viagem por aqui, foram muitas horas aqui a partilhar as minhas emoções, confesso que isso me fez muito bem, deu leveza à minha mala.  

 

 

5000

22
Dez20

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Ilustração Olga Demidova

 

Era uma vez uma estrela e um estrelo que viviam no profundo azul do espaço, utilizavam a sua luz para emitirem as suas emoções e comunicarem um com o outro, assim mesmo estando longe pareciam unidos por aquilo que sentiam. Não utilizavam sorrisos, nem sabiam o que eram abraços, os seus sentimentos eram transmitidos através da canalização de uma energia mental que poderia ser utilizada sem limites. Uma vez de cinco mil em cinco mil anos sentavam-se na Lua, quando ela estava em quarto minguante e aí tocavam-se levemente para poderem adquirir um outro brilho, nunca podiam estar mais de dez segundos juntos, porque podiam desaparecer numa explosão de cores, apesar de saberem que isso poderia ser um fim majestoso e unificá-los, preferiam separar-se e iluminar cada um o seu espaço. Então, num repentino clarão de luz os dois separaram-se deixando cada um rastro de luz violeta que se esvaiu em diversas direcções dando origem a mais estrelas e estrelos minúsculos que tentavam encontrar a melhor forma de iniciar o seu caminho, seria longa esta viagem, alguns teriam sucesso quando encontrassem o seu brilho, saberiam o que fazer com ele e o espalhariam a outros, numa dinâmica perpetuada no rendilhado nocturno.

 

 

 

Resiliência

17
Set20

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Vamos começar agora uma nova fase da pandemia, uma fase em que será necessário uma forte resiliência, em que devemos, mais do que nunca, estar atentos aos riscos físicos, é certo que possuímos a informação para a nossa protecção, aquela que se julga apropriada à situação. Mas ninguém nos prepara para a solidão, para o vazio, para a falta de afecto, não que não haja isto tudo, mas falta a presença, falta o calor do abraço, o toque dos beijos, e a espontaneidade disto tudo.

 

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Vamos imaginar que o tempo vai passar rápido, vamos dar voz à nossa falta, porque é preciso interagir de outras formas, e nos motivarmos, e trocarmos experiências, e fazermos valer a sabedoria que há na amizade e na diversidade. Porque a saúde mental não deve ser descurada em prol da física, porque uma complementa a outra. Assim como no bosque a águia domina o dia e a coruja domina a noite. Assim como a árvore se curva a favor do vento. Assim como o girassol segue a luz que nos dá vida. Assim tudo isto vai terminar um dia, mas até lá eu, tu, nós estamos juntos no mesmo caminho, percorrendo lado a lado uma época que ficará para a História. Eu estarei aqui, e espero por vós aí desse lado. Mesmo que eu não responda a comentários, estarei aqui, colocando um poema, escrevendo um texto, partilhando fotografias, cozinhados, um pedaço do meu dia - acima de tudo preencher o vazio de quem vagueia e dar sentido ao meu. 

 

As fotografias são de Anthony - A Bucci Photography

Chá de violetas (6)

Miss X

21
Mai20

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O dia hoje esteve solarengo e fui ver o Rio, há muito tempo que não sentia o cheiro do Sado, já tinha saudades do seu azul, daquele azul luminoso que vibra aos nossos olhos, às vezes em sintonia com o azul claro do céu, que faz com que quando olhamos para ambos aquela harmonia se estenda até nós. Quem vem hoje aqui beber um chá de violetas, é alguém que tal como eu gosta muito do mar, às vezes quer ser uma sereia louca, mas quando está em terra é uma devoradora de livros, tem um sentido de humor que muito aprecio, e nisto tudo, quase que somamos uma década de amizade aqui neste bairro, é incrível como o tempo passa tão rápido, assim de repente parece que foi ontem, e quando é assim é porque é bom. Olá Miss X:

 

Aceitar o convite da Alice Alfazema para um Chá de Violetas é muito mais que uma mera visita a este seu refúgio. É o assinalar de uma amizade blogosférica de anos e para este momento especial escrevi o que a Alice mais gosta que eu escreva: uma banda desenhada.

 

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Obrigada Miss X, por teres vindo até aqui, gostei muito do presente que me trouxeste, e o Ginjas está muito orgulhoso de ser um espião reconhecido, ele só está intrigado com o facto de saberes os nomes de código que a dona lhe chama.

 

 

Vizinha: 

Livrologia

Sereia Louca