Por vezes os nossos pensamentos são como as nuvens, são muitos, são dispersos, são pesados, são flocos levezinhos e distantes uns dos outros, são únicos. À medida que o tempo passa o cenário muda, quer seja porque está vento, ou muito calor, ou é Inverno, ou Primavera.
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Observar a Natureza é das melhores coisas da nossa vida, quem nunca experimentou deveria de o fazer, pois são tantos os pormenores, tantas as cores, tantos os cheiros e tantas as emoções que recebemos daí. Caminhar entre as árvores, receber um banho de sol, ou sentir o sabor do mar, provoca em nós sensações de bem-estar que está ao alcance de cada um dar esse passo e sentir essa harmonia que não é instantânea, mas é mágica.
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E são as nuvens pensamentos da Terra? Mensagens que desconhecemos? O que sentes quando olhas as nuvens? Quando uma te tapa o sol? Quando largam água? Ou quando jorram relâmpagos?
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Vai alta a nuvem que passa,
Branca, desfaz-se a passar,
Até que parece no ar
Sombra branca que esvoaça.
Assim no pensamento
Alta vai a intuição,
Mas desfaz-se em sonho vão
Ou em vago sentimento.
E se quero recordar
O que foi, nuvem ou sentido
Só vejo alma ou céu despido
Do que se desfez no ar.
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As nuvens vão e vêm, tal como os pensamentos e as acções, dias ensombrados, negros, dias de vida plena e alegria. As nuvens têm cores e expressões de alegria e tristeza, de raiva e de tranquilidade, coisas do espírito, marcas de algum lugar. Nuvens de montanha, de mar, de desertos, estão na cidade ou no campo.
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Ver as nuvens em conjunto com alguém ou sozinho? As sensações serão as mesmas? O que sentimos é apenas nosso? Não conseguimos transmiti-lo aos outros? Veremos as nuvens das mesmas cores? Pensaremos nas mesmas coisas?
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As respostas estão em cada um de nós, diferentes, não como num teste. São liberdade, as nuvens, são como sensações flutuantes, amigas do vento e primas do mar. São algodão do céu, que se espalha para fazer curativos emocionais. São catedrais que se esfumam e se voltam a reconstruir, são instantes únicos e irrepetíveis. São pensamentos que voam e ficam esquecidos.
As ilustrações são de Ian Fisher e o poema é de Fernando Pessoa