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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Deixa...

15
Abr21
 

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Durante todo o mês de Março coloquei aqui poemas e fotografias que colhi perto de casa, é impressionante o quanto desconhecemos daquilo que nos rodeia, talvez porque não estejam logo ao nosso alcance, sim é preciso procurar, e fazê-lo com a devida atenção a cada pormenor. Há uma beleza sublime escondida no mundo silvestre, e um lado encantador entre cores e cheiros, numa descoberta, feita de primavera, em que as flores florescem por cores, começando pelas menos exuberantes, que são as primeiras a serem polinizadas, depois chegam as de cores vibrantes que espelham o fulgor que teve a criação. É incrível esta cooperação. Deixo-vos a flor do vento e um poema de Lita Lisboa. 

 

Deixa que o orvalho
lave a poeira dos caminhos.
 
Deixa que a pedra rosada se incendeie com o Sol
e que as chamas iluminem o destino
tão incerto e frágil, quanto a carne
que um dia, será apenas pó.
 
Deixa que o amor, num simples abraço se eternize
antes que o corpo nada mais precise.
Deixa que o sonho não seja fantasia
que ressuscite em cada dia
e fique gravado em cada um de nós !
 
Deixa!
 
Poema de Lita Lisboa

Gosto de...

20
Nov19

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Gosto de andar voando
na amizade a correr
com modos de feiticeira

 

 

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ou de anjo sem o ser
torvelinho à sua beira
corsária do meu bem-querer

 

 

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A quem me tem amizade
empenhada no saber
de poetisa-corsária

 

 

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vou de faim à cintura
defender a liberdade
a paixão e o poema

o desejo, a lealdade

 

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Com a poesia
na fala
as minhas asas e a alma

 

 

 

Poema de Maria Teresa Horta 

 

As ilustrações são de Shirin Shabá