Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

A cada luz o seu dia

26
Nov21

 

IMG_20211126_203311.jpg

 

A mulher sentou-se sobre um pedaço polido de pedra da Arrábida, o frio gélido paira no ar, atingindo todos os ossos do seu velho corpo,  vê que os brilhos de festa foram colocados nos braços das árvores, parece-lhe de longe um brilho já gasto, um fim de vida anunciado, como se a alegria já não soubesse o caminho para o seu coração, vagueia então pelos momentos tão amarelecidos do seu passado, procurando os risos que teima em não querer esquecer, quisera ela agarra-los e metê-los no bolso, para tê-los sempre à mão. Parece que pouco lhe resta, as luzes vão-se apagando lentamente, fundindo-se uma a uma à medida da passagem dos dias, até nada mais restar, deixando apenas a escuridão repleta de ecos que mais ninguém lembrará.

Refugiados

Shamsia Hassani

24
Ago21

camaleão.jpg

As I remember I hid my identity to avoid any mistreatment by others for my identity and nationality. To avoid harm or at least reduce the amount of it.
When we were immigrants in Iran, we dressed like Iranians and spoke in their accent. We were very happy that no one understood that we were Afghans, but we had a strange feeling in our hearts, even though we had not sinned, we were still scared. Whenever we found ourselves in the same colors as the crowd around us, we felt safe, just like Chameleons who feel safe by changing their color to the color of their environment (surroundings).
Later when we returned to Afghanistan, we were happy that the war was over and we could enjoy living in our own country without any fear of our identity. But after a while, war started again and people rushed to other countries. Once again, each of us took the color of different environments to make a good life for ourselves.
 
Texto e ilustração Shamsia Hassani

 

Jogos Olímpicos Tóquio 2020

mas que na realidade foram em 2021

06
Ago21

ANA-MARCELA.jpg

Ana Marcela Cunha, medalha de ouro na maratona aquática, a fotografia é de Jonne Roriz

 

Considero esta fotografia mística, onde o mistério das águas escuras fica desvanecido pelas braçadas audazes de Ana Marcela. Na prova de que outros jogos se jogam abaixo da linha de água. Pudéssemos nós ver para além do que está visto, e veríamos que além e aquém debaixo de nós e acima de nós há vida e desejo de viver. E que tudo poderia ser tão diferente se tivéssemos sempre presente essa perspectiva.