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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Ser mulher

💋

07
Mar20

descontrair.jpg

 

Ser mulher é pensar a mil, é ter insónias e pensar que não se estendeu a roupa, é pintar uma unha de cada cor, é escolher um amaciador com cheiro a fruta. Ser mulher é complexo, são palavras cruzadas com pensamentos e emoções. É por creme nas mãos já gastas e secas. É ter dores nos joelhos e andar à pressa. É rir e chorar no mesmo dia. É falar e falar. Cuidar e cuidar. É incompreensão. 

 

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Mulheres audazes, que desbravaram mundos, mulheres que procuram o seu lugar, que vão à luta. Que morrem e renascem na fúria que sentem da injustiça. Mulheres coscuvilheiras e maquiavélicas, com risos cínicos e mortos por dentro. Mulheres fúteis vazias de pensamento crítico. Mulheres meninas e velhas ao mesmo tempo. Mulheres frustadas, doentes e moribundas. Mulheres de cara tapada, desportistas, intelectuais, camponesas, artesãs do mundo.

 

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Mulheresde ventre secundário, geradoras da vida, sangue com sangue, lágrima com lágrima. Olho no ombro, mão na mão, sopro de vida, morte geradora, túnel de reencontros. Placenta na alma, vida desencontrada, lugar esquecido, estigma da religião, serpente, maçã, impura, desconhecida, incapaz, resignadas, belas, feias, assassinadas, de Vénus, da Terra, do Mar. Tempestades de carne, portos de calor, fitas de seda, espinhos de roseira, perfume de vida. 

 

 

As ilustrações são de Michal lukasiewicz

 

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