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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Primavera

20
Mar15

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Ouvi dizer que a Primavera começa hoje às 22h e 45 minutos, exactamente a essa hora. Noutro lado li que a Primavera anda escondida. Andará tudo distraído? Pois dou por mim a olhar a Primavera  há algum tempo. Vejo-a constantemente à beirinha da estrada, nas papoilas vermelhas e leves, que dançam com o vento. Encontro-a no cheiro das brisas, nos rebentos das árvores, nos prados de amarelas azedas. O desabrochar por todo o lado já está instalado no meu quotidiano. Erguem-se airosas as amendoeiras que já estiveram em flor. Os musgos revoltam-se. As heras sobem discretamente os muros velhos dos caminhos mais antigos. A framboeseira desperta com pequenos rebentos. Não deram por nada? Talvez a vejam à hora marcada, depois esquecidos partem para outras descobertas, instruídos pelos pastores de modas. Hoje foi o eclipse, descobrimos o Sol e a Lua. Estavam lá há tanto tempo que os tínhamos esquecido, mas hoje foram a notícia. Tantas coisas por descobrir, tantas e tão perto que nem dás por elas, é preciso ser no tempo exacto, é preciso ser ordenado, num dia e numa hora especifica, senão nem sabes do que se trata.  

 

É Primavera, Amor.

O meu coração nasceu no teu, em flor.

 

Maria Azenha, in A sombra da romã, 2011

 

 

Alice Alfazema

 

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