"Os gomos da viagem se abrem como uma laranja."
Que nome eu tenho para você?
Certamente não há nome para você
No sentido em que estrelas têm nomes
De alguma forma adequados. Apenas andando por aí,
Um objeto de curiosidade para alguns,
Mas você anda muito preocupado
Pela mancha secreta por detrás de sua alma
Para dizer muito e vagar por aí,
Sorrindo para si e para os outros.
Chega a ser meio solitário.
Mas ao mesmo tempo desconcertante.
Contraproducente, como você percebe novamente
Que o caminho mais longo é o mais eficiente,
Aquele que circula entre ilhas, e
Parece sempre percorrer um círculo.
E agora que o fim está próximo
Os gomos da viagem se abrem como uma laranja.
Lá dentro há luz e mistério e comida.
Venha vê-la. Não por mim, mas por ela.
Mas se eu ainda estiver lá, garanto que veremos um ao outro.
Poema de John Ashbery, tradução de Mariana Basílio.