O mar
Tenho o mar a amanhecer-me
no meu quintal
aquele
onde sorrateiramente
também tenho uma janela
que à noite
vaidosa
caprichosa
sabe espreitar
beber tragar
sorver
o mar a luar-se
por sinfonias de prata
prateando os olhos
porque os olhos, os que tenho,
absorvem
o desaguar da lua
pelo sonho
na vontade de o ver chegar
Jorge Serafim
Alice Alfazema