Nazaré
Estou encantada com a obra de Artur Pastor, fotógrafo português do século XX que retratou Portugal, as suas gentes, o quotidiano, a miséria que se vivia à época, mostrando através da sua lente pormenores que escaparam por entre os tempos. Escolhi esta fotografia para colocar aqui, porque me parece que a delicadeza e a sensualidade do plano leva para segundo lugar toda e qualquer miséria que possa existir nestas vestes já rasgadas e na dureza que deveria ser viver do mar. Podem conhecer parte da obra de Artur Pastor aqui.
Fotografia Artur Pastor
Nunca pintes a fachada
Que a nazarena é assim
Sempre de cara lavada
Como a pedra de Guilhim
Na cabeça o cachené
Saia comprida e rodada
És mulher da Nazaré
Nunca pintes a fachada
Com sete saias vestidas
E um avental de cetim
Casaco de cores garridas
Que a nazarena é assim
Tens a fama e o proveito
De mulher viva e atinada
E por trajares a preceito
Sempre de cara lavada
Mostras bem a tua beleza
Não precisas de carmim
És bela por natureza
Como a pedra do Guilhim
Poema Maria da Nazaré